domingo, 2 de dezembro de 2012

"Yes, I still believe!" - Eddie Vedder, no Broward Center, 01/12/2012



“Do you still believe in Rock’n’Roll?”… essa é uma frase que Paul Stanley (Kiss) sempre repete durante o álbum ao vivo “ALIVE I” (1975) e que, durante essa semana eu me perguntei por várias vezes, depois de desistir de assistir aos Rolling Stones em Nova Iorque... Faz tempo que busco, nos shows que assisto, muita produção e espetáculos grandiosos – esquecendo que, quando ouvia o “Alive I”, eu precisava de um “walkman”, muito volume e fechar os olhos... e era assim para o “Still Live” ou “Love you Live” dos Stones, “Live Killers” do Queen, o “Paris” do Supertramp e tantos outros “ao vivo” que curti. E a verdade é que sempre curti, muito mais, os shows do que o estúdio. Mas, com a constante “pasteurização” dos shows, performance mecanicamente calculadas, grandes contratos comerciais, e toda uma indústria virando para ganhar dinheiro em apresentações (pois de vendas de cd’s não conseguem mais sobreviver), será que “I Still believe in Rock’n”roll??”... Será?
A resposta veio ontem, Sábado, 01 de Dezembro de 2012, assistindo duas pessoas: o primeiro, um irlandês que estava abrindo a noite, chamado Glen Hansard, vocalista da banda The Frames, e compositor premiado com Grammys e um Oscar por uma canção original. A segunda: Eddie Vedder, vocalista da banda Pear Jam, compositor respeitado e um das vozes mais marcantes que já apareceram no mundo pop.
Destaco dois pontos importantes: não sou seguidor do Pearl Jam – não me fixei à nada que saiu da cena grunge de Seattle; e não sou grande fã de shows sem uma banda (estilo “banquinho e violão”). Mas esse foi um dos melhores shows da minha vida...impressionante e poderoso.
O show, que tinha sido originalmente marcado para Maio e foi remarcado por conta de um problema que Eddie teve no braço direito, aconteceu no teatro do Broward Center – um lugar fantástico, confortável e que garante o clima intimista que a noite pedia. O público, de tudo quanto é idade, era francamente apaixonado, garantindo uma platéia empolgada e atenta.
A noite começou com a apresentação, brilhante, de Glen Hansard, que com um set de oito músicas, voz e violão, arrebatou o público – que na segunda música já aplaudia de pé. É um excelente artista e me surpreendeu demais – melodias deliciosas, um violão marcante e uma voz poderosa.
Depois de um intervalo de meia hora, entra Eddie Vedder, que, dirigindo-se diretamente para a platéia, anunciou “In the immortal words of Marvin Gaye: Let’s get it on” e abre o show com “Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town” (do álbum “Vs” do Pearl Jam). O palco era simples, mas tinha um pano de fundo que mudou algumas vezes durante o show, além de pequenos objetos cênicos (como um “fogo-de-chão”  simpático). O show prosseguiu com lindas performances, sempre trocando o violão por um ukulele, uma guitarra, outro violão... e sempre conversando muito com o público – que de coração aberto cantava tudo o que se apresentava. Por algumas músicas, Glen Hansard voltou ao palco e garantiu momentos impressionantes: foi difícil conter a emoção quando cantaram “Falling Slowly”. Outras músicas emocionaram: “Just Breath”, “The End”, “The Ship Song” (do Nick Cave”, foram incríveis – magia seria a melhor definição.
Eddie é uma figura estranha? Claro que é! Mas com uma ternura e simpatia que poucas vezes vi em um “rock star” – tipo “pé-no-chão” e olhando no olho de todos. A sua versatilidade vocal ficou destacada no repertório (que está postado ao final) – uma mistura de momentos doces com mais agressivos, voz mais aguda e gritada com cantos guturais ou calmos – andou por todas as modulações. Isso garantiu um ritmo fantástico, fazendo que as quase 3 horas de show (foram 32 músicas e muita conversa) passassem rapidamente, sem um momento sequer que alguém tenha bocejado – intenso do começo ao fim. Por sinal, o fim é doce e marcante, com “Dream a Little Dream of Me”.
Foi um show para responder à pergunta que ouvia, no meu walkman, gritada pelo Paul Stanley... Foi um show para agradecer ao Paul (seja Stanley ou McCartney), ao Mick e ao Keith, ao Freddie e ao Bob – e para finalmente, olhando para o Eddie, dizer: Yes, my friend, I still believe  in Rock’n’Roll!
Set List do Show:
01. Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
02. Girl From The North Country-(Dylan)
03. Can’t Keep
04. Sleeping By Myself
05. Without You
06. Blue, Red And Grey-(Townshend)
07. Wishlist
08. Thumbing My Way
09. Unthought Known
10. Speed Of Sound
11. Far Behind
12. No Ceiling
13. Guaranteed
14. Long Nights w/ Glen Hansard
15. Deadman
16. The Ship Song-(Nick Cave)
17. Lukin (he messes it up)
18. Porch
Encore Break 1
19. Just Breathe
20. Pump Organ
21. V. White (Boss Loop Sample preset)
22. Parting Ways
23. The End
24. Good Woman w/ Chan Marshall-(Chan Marshall).
25. Tonight You Belong To Me w/ Chan Marshall-(Rose/David)
26. Society w/ Glen Hansard-(Hannan)
27. Sleepless Nights w/ Glen-(Bryant, Bryant)
28. This Land Is Your Land
29. Falling Slowly w/ Glen Hansard
30. Arc
Encore Break 2
31. Hard Sun w/ Glen Hansard & Chan Marshall-(Peterson)
32. Dream A Little Dream-(Gus Kahn, Wilbur Schwandt, Fabian Andree)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dukes of September - Hard Rock Live, 25/07/2012


Três figuras inconfundíveis, cada um com um peso específico, mas todos se nivelam muito bem no palco. A banda se chama: The Dukes of September Rhythm Reveu. Um supergrupo que junta Michael McDonald, Donald Fagen e Boz Scaggs.
O Michael McDonald é dono de uma das vozes mais inconfundíveis - um dos meus preferidos - puro soul. Ele foi descoberto pelo Steely Dan (do Donald Fagen), por quem foi convidado para ser backing-vocals e tecladista - participou das gravações de "Katy Lied", "The Royal Scam", "Aja" e "Gaucho" - seu vocal é tão inconfundível, que você consegue distingui-lo, claramente, nos backings de "Rose Darling", "Doctor Wu", "Hey 19" e outras. Eis aí o "reason why" para você ver o Donald Fagen junto ao Michael McDonald - tão natural que no meio dos 90's, criaram um show chamado New York Rock & Soul Revuem, com outros músicos - incluindo Boz Scaggs. Esse último, nunca havia participado de trabalhos conjuntos anteiros com nenhum dos dois primeiros - em comum só os sucessos nos anos 70, e nisso o Boz Scaggs se firmou bem nos EUA, onde ainda veneram sucessos como "Low Down" e "Miss Suns", no Brasil, ficou mais conhecido por sua música "We're All Alone" (gravada por ele em 1976 e depois por Rita Coolidge em 1977). Boz canta em um tom alto e anasalado, também inconfundível.
Os 3 se juntaram, novamente, já como Dukes of September, em 2010, fazendo tour regulares, todos os anos desde então - chegou a nossa vez de conferir, em um show na arena do Hard Rock Hotel & Casino.
Público do anos 80 - pois essa era a idade média. Mas todo mundo bem comportadinho - deixo claro porque nas últimas vezes eu tive surpresas com as reações dessa platéia...um perigo.
Sem firulas: assim posso dizer que foi o show. Uma banda de apoio muito competente e os 3 alternado vocais - o melhor é ver que o Michael McDonald faz muita diferença nos backing-vocals. Repertório óbvio e bom, com músicas dos 3 e muitos clássicos de outros artistas - no melhor estilo "cover chic".
Eu já havia assistido ao Michael (íntimo) e ao Donald (mais íntimo ainda) - por sinal, nascido em New Jersey, com jeitão de New York, mas SEMPRE, escrevendo músicas para Miami (mora parte do ano em Boca Raton), o Boz foi primeira vez. Valeu e muito.
O set list vai abaixo, destacando os artistas das gravações originais:

Live Intro: Drive Your Funky Soul (James Brown)
Who's that Lady (Isley Brothers)
Do you Like Good Music (Wilson Pickett)
I Keep Forgettin' (Michael McDonald)
Trouble Man (Marvin Gaye)
Kid Charlemagne (Steely Dan)
The Same Thing (Muddy Waters)
Miss Sun (Boz Scaggs)
Heard it through the Grapevine (Gladys Knight and the Pips)
You Never Can Tell (Chuck Berry)
Love's Gonna Live Here (Buck Owens)
If You Don't Know Me by Now (Harold Melvin and the Bluenotes)
What a Fool Believes (Doobie Brothers)
Hey 19 (Steely Dan)
Love TKO (Teddy Pendergrass)
Piece of my Heart (Erma Franklin)
Tell the Truth (Ray Charles)
Lowdown (Boz Scaggs)
Takin' it to the Streets (Doobie Brothers)
Reeling in the Years (Steely Dan)
Encore:
Peg (Steely Dan)
Pretzel Logic (Steely Dan)
Thank You Fallettin Me Be Mice Elf Again (Sly and Family Stone)
Them Changes (Buddy Miles) 



domingo, 17 de junho de 2012

Queen em versão PDF.... dia 16 de Junho de 2012

O meu primeiro disco de rock foi o "Live Killers" do Queen e que maneira melhor do que começar a gostar dessa banda - com aquilo que ela era melhor, suas performances. E foram eles, ao vivo, que sempre me encantaram mais - tive o prazer, inesquecível, de vê-los na noite de 18 de Janeiro de 1985 no Rock In Rio. Apesar de ser uma das bandas que mais gostei, confesso que é muito mais fácil me pegar assistindo um DVD deles do que ouvindo suas gravações de estúdio - são maravilhosas, mas prefiro, sempre, as apresentações ao vivo. Acabei descobrindo o quanto eu poderia estar sendo injusto com a banda... Mas deixa eu entrar no assunto do show que fui assistir: Queen Extravaganza. O baterista Roger Taylor e o guitarrista Brian May, são os únicos membros que aparecem na mídia - o baixista John Deacon, que era próximo ao Freddie Mercury, desistiu de qualquer outra possibilidade de tocar sem o amigo - e decidiram produzir um show, que foi transmitido em um website, que consistia em descobrir talentos que formariam uma banda tributo, não propriamente uma cópia, que reviveria parte do repertório da banda. Escolheram músicos excelentes: dois guitarristas de primeira linha, quatro vocalistas (sendo uma mulher), baixista, baterista (excelente) e tecladista. Apesar do primeiro conceito não ser o de imitação, um dos vocalistas, Marc Mandel, chega a assustar pela semelhança dos vocais e performance no palco. O show começou um pouco gelado, os vocalistas vão se revezando no palco e aos poucos a banda vai se soltando - na quarta música, "Killer Queen", a primeira que Marc participa, o show toma outro rumo e começa a impressionar. Os vocalistas, cada com um estilo distinto, quando não estão como voz principal, fazem o backing nas músicas e a direção musical se concentrou nas versões originais (gravadas) das canções - remetendo para o início do meu texto - ou seja, não era uma comparação direta com a performance ao vivo do Queen. Um exemplo foi "Love of My Life", executada com coral e piano, exatamente como no álbum "A Night at the Opera" e não a versão que quase todo mundo conhece de voz e violão. Produção boa - nada fora do normal - com alguns vídeos mostrando o Queen original ao fundo, etc. O Hard Rock Live não estava lotado, mas a platéia se empolgou logo - platéia, diga-se de passagem, que deve ter visto o Freddie Mercury nascer. Eu fiz um video com os melhores momento (embora, por estar sentando ao lado de um corredor de passage, sempre tive alguém passando na frente): http://youtu.be/AX42MEmggRU Valeu a pena, impressionou e divertiu... precisa mais?

domingo, 15 de abril de 2012

VAN HALEN - Bank Atlantic Center, Apr 10th 2012


Não foi a primeira vez que vi o Van Halen – eles estiveram no mesmo lugar, o Bank Atlantic Center de Sunrise (Fort Lauderdale) em 2008. E aquela era uma tour do estilo “quase Reunion” – pois era a primeira vez, depois de mais de 20 anos, que a banda contava com David Lee Roth de volta aos vocais. O “quase” é porque o baixista original, Michael Anthony, tinha sido substituído por Wolfgan Van Halen, filho do Eddie Van Halen (na época, o moleque tinha 16 anos). Mas quando eu soube que eles voltariam a fazer uma tour, fiquei mais empolgado do que em 2008 – o motivo: eles estão promovendo um novo álbum, A Different Kind of Truth, um excelente trabalho, pesado e intenso, comparável aos primeiros esforços deles. Tinha outro motivo para conferir: o Eddie Van Halen, apesar de ter tocado muito, em 2008 ele estava no pico de seu problema de alcoolismo – e agora está, pelo que garante, sem beber.
Cheguei no Bank Atlantic Center com uma dúvida: eles escolheram o grupo Kool & The Gang para abrir a noite... será que vai dar certo? Deu – e muito – pois fizeram um belo show, com muita competência e se valendo da experiência e dos inúmeros hits que possuem: “Too Hot”, “Ladies’ Night”, “Get Down On It”, “Celebration” e muito mais. Conseguiram levantar até o mais radical dos fãs do Van Halen.
A atração principal entrou pontualmente e já abriu o show com a minha preferida deles – UNCHAINED. Som alto, palco limpo e simples, mas com um belo telão de alta definição no fundo e um show “porrada”, muito superior ao que tinha visto em 2008 (que foi muito bom, diga-se de passagem). O David Lee Roth não é um grande vocalista, e sua voz apresentava sinais de final de tour, mas compensa com sua presença de palco e imensa simpatia – ele tinha um retângulo especial, no piso do palco, que era mais escorregadio e onde ele fazia seus passos de dança e posições de karatê. O “moleque”, Wolfgan, toca muito e consegue fazer com uma exatidão impressionante, as harmonias vocais que foram marca registrada do Michael Anthony. Alex Van Halen – o que mais demonstra o sinal dos tempos – continua um excelente baterista. Mas não têm, o astro da noite – e que valeu cada centavo do preço do ingresso – foi Eddie Van Halen e suas guitarras (ele deve ter usado umas 10 diferentes) – o cara está muito melhor, tocando muito, aparenta estar numa ótima sintonia com o David Lee e agitou muito a noite inteira. O set-list (que postarei abaixo), misturou os clássicos da banda (mas nada da época do Sammy Hagar) e alguma músicas do último trabalho.
Foi uma noite de som alto (de fazer zumbido no ouvido), boas risadas e de muita diversão – o que sempre foi, ou devia ser, o Van Halen.

Set- List
Unchained
Runnin' With the Devil
She's the Woman
Romeo Delight
Tattoo
Everybody Wants Some!!
Somebody Get Me a Doctor
China Town
Hear About It Later
Oh, Pretty Woman
Drum Solo
You Really Got Me
The Trouble with Never
Dance the Night Away
I'll Wait
Hot for Teacher
Women In Love
Outta Love Again
Beautiful Girls
Ice Cream Man
Panama
Guitar Solo
Ain't Talkin' 'Bout Love
Jump

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

STING no Filmore Miami Beach (Nov 13th 2011)

Confesso que, quando a Ticketmaster enviou um aviso que ira começar a vender os ingressos de um show do Sting em Miami Beach, pensei um pouco se iria encarar, ainda mais quando não consegui para a primeira data. O show seria em um teatro, haviam poucos lugares para serem vendidos. Consegui para a data extra.
Eu já havia visto a figura outras 3 vezes, duas vezes “solo” e uma vez com o Police – essa última foi arrebatadora. Apesar do Sting ser o único compositor da banda e de ter um trabalho solo que adoro, sempre tive uma certa dificuldade com as muitas “firulas” dele ao vivo, pois o lado camaleão dele fazia com que os shows fossem muito “colcha de retalhos”... Mas com o Police, não, a simplicidade de um trio, dava um peso certo para as composições dele.
A tour atual é uma volta à essa simplicidade, chama-se “Back to Bass”, e ele se apresenta com outros 5 músicos, guitarras, baixo, violino e versões básicas de sucessos do Police e, principalmente, de sua fase solo mais recente – a fórmula funcionou... Disparadamente, foi a melhor apresentação do Sting que já assisti, seja ao vivo como em vídeo.
O show foi no Filmore de Miami Beach, um espaço pequeno e charmoso, não têm lugar ruim. O público, até por conta do preço dos ingressos, era bem mais velho, todo mundo arrumado, parecia noite de ópera.
O palco, simples, sem produção alguma e as luzes, apesar de eficientes, foram simples e monocromáticas.
A banda, nisso uma constante, era perfeita: Sting no baixo, Dominic Miller na guitarra, Rufus Miller (filho do Dominic) na guitarra, Jô Lawry nos backing vocals, o sempre impressionante Vinnie Colaiuta na bateria e, no violino, um rapaz de uns 20 anos chamado Peter Tickell (fantástico).
Sting entrou no palco de camiseta e calça jeans e já mandou “All This Time”, emendando com “Every Little Thing She Does is Magic” e “Seven Days”. Nada de firulas, versões bem cruas, mas muito bem montadas de todas as músicas. Aproveitando o clima meio que “one on one” que um teatro permite, ele passou a comentar todas as músicas, contando como foram compostas, com muita simpatia e humor.
Estava tão tranqüilo que aparentou muito mais jovem que de outras vezes – mesmo com o cabelo raspado (estava a cara do Tafarell).
Valeu a pena, muito, e emplacou como o melhor show do ano, sem qualquer dúvida.

Link para meu vídeo no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=3QqXZ5Ir44Q

SET LIST

All This Time
Every Little Thing She Does Is Magic
Seven Days
Demolition Man
I'm So Happy I Can't Stop Crying
I Hung My Head
Stolen Car (Take Me Dancing)
Driven to Tears
Fortress Around Your Heart
Fields Of Gold
Sacred Love
Ghost Story
Heavy Cloud No Rain
Inside
Love Is Stronger Than Justice (The Munificent Seven)
The Hounds Of Winter
The End of the Game
Never Coming Home

Desert Rose
Every Breath You Take
Next to You

Message in a Bottle

sábado, 16 de julho de 2011

SADE, Bank Atlantic Center - 15 de Julho de 2011

Queridos,

Risquei mais um nome dos shows que faltavam eu ver: SADE.
Apesar de não ser um fã de carteirinha, eu sempre tive a música dela por perto e tenho quase todos os cd’s. Mas uma coisa me surpreendeu: eu imaginava que era uma carreira solo e nunca tinha me aprofundado para saber que na verdade SADE é um grupo, que usa o primeiro nome da cantora (Sade Adu, na verdade Helen Folasade Adu).
Quando comprei os ingressos (em Janeiro), tive a primeira surpresa: pensei que seria um show num teatro, mas estava marcado para a super-arena do Bank Atlantic Center... corajosa, pensei. Segunda surpresa foi que, por conta da demanda, tiveram que marcar uma segunda noite, mas que, pela impossibilidade (da arena) teria que ser no American Airlines Arena (pouca coisa menor do que o primeiro). A segunda noite vendeu como água também.
Chegando no show, nos deparamos com uma platéia diferente: muitos, mas muitos mesmos, casais femininos – não saquei a ligação, mas pelo jeitos elas são fãs da Sade.
Casa lotada.
O show de abertura já valia a viagem: John Legend. Acompanhado de uma bela banda – naipe de metais, trio de vocalistas (coreografadas), etc. O cara fez um show muito animado e intenso.
Pequeno intervalo e começa a apresentação principal... Terceira surpresa: eu imaginava que o show seria “cool”, mas simples, quase uma performance jazz... Engano meu: foi “cool” sim, mas com uma super-produção: super-telão, projeções, palco que se movimentava, mudança de figurinos, banda coreografada. A cada música uma mudança radical de visual – não tinha como você parar. Os arranjos, na sua maioria, obedeciam as versões originais. Ela estava muito bonita e muito simpática – e cantando muito. A banda era muuuuuuuuuuuuuito boa, destacando o saxofonista (e guitarra solo!!!!) Stuart Matthewman.
O set list (colocarei abaixo) apresentou tudo aquilo que os fãs esperam ouvir, mais algumas músicas do trabalho recente (Soldier of Love).
Valeu muito, e recomendo a todos – inclusive se lançarem um DVD dessa tour.
Ado

Links dos vídeos que gravei:
“Kiss Of Live”: http://www.youtube.com/watch?v=mTTYf06SgiE
“Paradise”: http://www.youtube.com/watch?v=6TejySK852s
“Love is Found”: http://www.youtube.com/watch?v=oSa0rbr8E7E&feature=related

Set List:

Soldier of Love
Your Love Is King
Skin
Kiss of Life
Love Is Found
In Another Time
Smooth Operator
Jezebel
Bring Me Home
Is It a Crime
Love Is Stronger Than Pride
All About Our Love
Paradise
Nothing Can Come Between Us
Morning Bird
King of Sorrow
The Sweetest Taboo
The Moon and the Sky
Pearls
No Ordinary Love
By Your Side

BIZZ:
Cherish the Day

sexta-feira, 4 de março de 2011

Hurt So Good - John Mellencamp no Broward Center


O John Mellencamp teve grandes momentos no cenário musical mundial - a década de 80 acabou dando a ele uma exposição considerável, mesmo não tendo um som 80's. Mas não por injustiça e sim, por pura opção, ele resolveu diminuir seu mercado e sua audiência.
Ele ficou americano demais, até pro próprios americanos - abdicou da vida urbana/suburbana para cantar a "Small Town" e o interior americano e sem ser piegas, meloso ou country, foi sempre simples, cru e direto.
Sempre existiram as comparaçōes com o Bruce Springsteen, que de certa forma o atrapalharam, mas enquanto o Springsteen cantava sobre a vida de trabalhadores, o JM se engajava (politicamente e socialmente) na defesa dos pequenos fazendeiros. E foi um engajamento de verdade, foi ele um dos criadores dos movimentos Farm AID e do Rock The Vote.
Isso custou mercado e custou postura.
John Mellencamp têm uma voz inconfundível, melodias fáceis e, principalmente, um som “porrada” – cru e seco.
Da minha famosa listinha dos “que ainda faltam ver”, ele estava no topo. Ontem, pude riscar o nome dele – eu e a Candinha (garantindo um show sempre divertido) fomos assisti-lo num teatro, o Broward Center for Performing Arts, em Fort Lauderdale.
Valeu a pena esperar...
O cara, que completa 60 anos em Outubro, fez um show muito bem montado, sabendo mesclar sucessos antigos (alguns com arranjos bem diferentes) com músicas recentes e muitas novidades (feitas para essa tour), foi acompanhado por uma banda espetacular e muito bem entrosada – tudo isso numa produção simples, mas muito eficaz, pois foi um show visualmente muito bonito.
Ele é uma figura simples e, de certa forma, meio rude (na postura e não no relacionamento com os fãs), esbanjou energia e empolgação.
Tocou desde “Cherry Bomb”, numa versão acapella, a “Check it Out”, “Paper In Fire”, “Small Town” e “Jack & Diane” (num arranjo bem diferente) – não tocou “Hurt So Good”, coisa que ele já não faz há tempos... mas não fez falta.
Foi um show excelente, memorável e muito divertido – não paramos por nenhum momento. Valeu, e muito, esperar esse tempo todo.

Confiram os vídeos que gravei ontem:

“Paper In Fire” : http://www.youtube.com/watch?v=MYtp7Mq8Ee4
“Small Town” : http://www.youtube.com/watch?v=aLJbcCOezsc
“What If I Came Knocking” : http://www.youtube.com/watch?v=Hc9XDp06_EQ
“Cherry Bomb” : http://www.youtube.com/watch?v=JT0WWF_PoAo

Ado

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Wall LIVE - Bank Atlantic Center, Nov 13th 2010


Falar sobre o THE WALL é chover no molhado... ele, por si só, já merece uma matéria específica nas faculdades de artes e psicologia. O seu único azar é que o Pink Floyd também lançou, anos antes o DARK SIDE OF THE MOON, outro clássico, mas esse último prima pela perfeição musical, enquanto o The Wall é quase teatral/visual.
O disco foi lançado em 1979, foi um grande sucesso mundial e entre 1980 e 1981 a banda fez uma tour, por somente 4 cidades e a produção marcou a história – foram feitas animações específicas só para esses shows, muitos efeitos etc. A pureza artística do baixista/letrista Roger Waters fez com que ele declinasse de expandir a tour. O material cinematográfico usado nos shows, serviu como base para o filme, Pink Floyd’s The Wall, lançado em 1982.
Após a separação da banda, o Roger Waters adquiriu, com justiça, a “propriedade” da obra – pois era exatamente sobre a experiência de vida dele: a perda do pai na Segunda Guerra Mundial, a superproteção da mãe, o rigor das escolas britânicas e por aí vai.
Agora, com 67 anos, Roger Waters decidiu construir o “The Wall” novamente, numa superprodução de mais de US$ 60 milhões e está percorrendo os EUA e a Europa (dessa vez serão muitas cidades).
Os ingressos para as duas apresentações aqui no sul da Flórida foram esgotados em menos de duas horas e, graças a sábia estratégia de me filiar ao fã clube do figura, os meus lugares foram bons e garantidos.
Sábado, dia 13 de Novembro, o Bank Atlantic Center estava lotadinho, na platéia gente de todas as idades (muitos pais trazendo filhos).
Pra quem esperava uma sessão nostálgica, uma surpresa: houve um cuidado em atualizar a obra, colocando, com muita evidência, as atuais guerras em contexto, o que deixou tudo muito mais forte e marcante.
A produção é impressionante: infláveis, marionetes gigantes, pirotecnia (um avião cruzou a arena e explodiu num dos cantos do palco) e projeções impressionantes – por parte do show, o muro toma conta do palco e a banda fica escondida, as projeções tomam conta da condução do show. Num dos momentos mais bonitos, são projetadas imagens reais de crianças recebendo seus pais, vindo da guerra – foi de emocionar.
Como era de se esperar, ao final do show, o muro desaba – outro momento impressionante.
Nem de longe, esse show pareceu uma “visita ao museu”: e o mérito disso não fica, só, para a produção, a obra é muito atual e isso foi o que me impressionou mais.
Inesquecível.

Ado

Obs: postei alguns vídeos no meu canal no You Tube:
http://www.youtube.com/user/ces77?feature=mhum

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

My My Hey Hey - Neil Young no Hard Rock Live, Hollywood FL, 23/09/2010

Neil Young é alguém para ser respeitado, mas nunca foi unânimidade – ou você o ama ou você o odeia. Sempre foi assim.
Além disso, é um artista que, apesar de manter um padrão “fora do comercial”, acabou adotando facetas diferentes: existe o Neil Young mais acústico, existe o Neil Young que quando está com a banda Crazy Horse é mais rock’n’roll e distorcido, existe o Neil Young que trabalhou (e ajudou muito) o trio Crosby, Stills & Nash, etc.
O meu primeiro disco dele foi “Hawks & Doves”, no estilo acústico, sem o Crazy Horse. Mas, naquela época, não era um dos apaixonados.
Muito tempo depois, me 1998, eu e a Candinha estávamos fazendo uma linda viagem pelo sudoeste americano e ,em um dia, atravessamos o Novo México e parte do Arizona, dirigindo pelo deserto. Por todo percurso ficávamos ouvindo rádios locais de Classic Rock ou de Country Rock e no Arizona, perto de Flagstaff, bem no cair da tarde do deserto, uma rádio começou a tocar “My My Hey Hey”... Foi impressionante, aquela música, o cenário, etc. Desde aquele momento a me tornei membro do time dos apaixonados pelo Neil Young – principalmente a sua faceta acústica.

Na última quinta-feira, fui ao Hard Rock Cassino para assistir ao show “Neil Young Solo” – e foi assim mesmo – só ele, sem banda alguma.
Antes dele entrar, a platéia foi brindada com uma bela apresentação do “piano legend” Allen Toussaint: foi muito bom. Ele é compositor famoso (os Stones gravaram duas ou três musicas dele), além de um excelente produtor (produziu o hit “Lady Marmelade”) e, com 72 anos, fez um show cheio de competência ( para os que estiverem curiosos, o link http://www.youtube.com/watch?v=a4VKMkVF0P8&feature=player_embedded explica bem que é o cara.

Quando o Neil entrou, caminhando lentamente pelo palco, eu levei um susto: o cara é alto. Ele sentou num banquinho e, para meu deleite, começa o show com “My My Hey Hey” – eu não precisava de mais nada.
Daí pra frente - eu já estava anestesiado – ele alternava instrumentos: trocou violões, tocou (de pé) guitarras, com bastante distorção, tocou piano-elétrico e um gran piano e até um órgão-de-fole (do tipo das igrejas) – que foi um momento lindo. O palco era cheio de instrumentos e ele vagava de canto a canto de acordo com cada música. Nem de longe, houve algum momento de monotonia: a performance era tão rica e as letras tão diretas, que a platéia ficou envolvida o tempo todo.

O set list foi:

Hey,Hey, My My
Tell Me Why
Helpless
You never call
Peaceful Valley
Love and war
Down By The River
The hitchhiker
Ohio
Sign Of Love
Leia
After the Gold Rush
I Believe In You
Cortez the Killer
Cinnamon Girl

Bizz:
Old Man
Walk with me


Daquelas noites que você sai com a alma renovada.

Bjs,

Ado

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Still Young at Heart...

Tears For Fear, em Fort Lauderdale (31/08/2010)


Eu tenho um certo receio dos shows do tipo “revival” ou dos “dinossauros” dos 70’s e 80’s. Na maioria das vezes que fui assistir, saí decepcionado ou com pena. Esse era o meu medo quando decidi comprar os ingressos para assistir ao Tears For Fears, numa tour pequena, sem estar lançando material novo – parecia um desses shows furados. Ainda bem, que, desta vez, o meu medo não tinha razão de ser...
O show aconteceu no Broward Center of the Performing Arts, um belo teatro – o que garantiu, além de uma acústica perfeita, uma perfeita proximidade, não haviam lugares ruins.
Platéia “experiente” – a idade média devia beirar os 50 anos – mas como sempre, isso garantia uma dose extra de empolgação.
Eles abriram o show com uma versão nova de “Mad World” (usando o play-back de um coral no fundo, ficou muito legal) que foi logo seguida por “Everybody Wants to Rule the World. E assim foi, hit seguido por hit, uma overdose – tudo muuuuuuuito bem tocado, versões perfeitas, uma banda maravilhosa. Destaco a performance em duas músicas: “Advice For The Young At Heart” simplesmente perfeita e “Pale Shelter” a minha favorita. Fizeram, ainda, uma versão bem interessante de “Billie Jean” do Michael Jackson.
Os dois, Curt Smith e Roland Orzabal, além de muito simpáticos e a vontade, demonstravam que estavam curtindo aquilo que estavam fazendo, sem forçar nada. Melhor assim.